Friday, May 01, 2009

O santo guerreiro e o dragão da maldade

Bom, de santo mesmo, o Stephen Kanitz, não tem nada. Aliás, o simples fato de ele ser articulista da Veja (aquela revista que anda plagiando o Wall Street Journal) já conta - na minha opinião, é claro! - pontos negativos no currículo. 


Mas a verdade é que preciso admitir que Stephen Carles Kanitz - apesar do nome ele é paulistano nato - não é fraco, não.  Ele é um consultor e conferencista muito procurado no Brasil, mestre em Administração de Empresas pela Harvard Business School.

Foi um precursor da análise de risco de crédito - criou o "termômetro Kanitz" - e com isso ajudou a abrir  as portas do financiamento para pequenos empresários e para a baixa renda. Ajudou a disseminar o conceito de responsabilidade social das empresas, criou o primeiro site de voluntariado e o primeiro site de doações online pela internet.  

Também foi um dos poucos que apostou no sucesso do Real. Kanitz disse, entre outras coisas, que a inflação seria erradicada do país e que o consumo popular ganharia expressão na economia brasileira.

Pois bem, o início da crise econômica levou Kanitz a colocar no ar o seu blog. Para, segundo ele, servir de contraponto à essa onda alarmista que se instalou no Brasil. O "Brasil que dá certo" pode ser acessado aqui.

Sobre a situação mundial, aliás, ele produziu um artigo muito bom, publicado na Veja,  falando sobre as fases da crise.  Se alguém quiser ler, tem uma cópia aqui, na seção de clipping da Controladoria-Geral do Estado de Sergipe.

Eu já vivi o suficiente para saber que quando uma idéia começa a se tornar consenso, chegou o momento exato de começar a buscar vozes discordantes na periferia do assunto. 

Não acho que Kanitz esteja 100% correto, mas acho que a sua divergência em relação ao atual senso comum ajuda a colocar a questão mais próxima da realidade.

O que ele fala sobre os jornalistas neste artigo aqui   está absolutamente correto. Eu mesmo, como jornalista de Economia, tenho me preocupado muito em evitar entrar na "histeria" da crise.

Se me perguntassem hoje o que penso sobre o assunto, diria que tenho dúvidas. Os mercados estão reagindo, na minha visão, de forma muito inconsistente o que me impede de ter uma opinião formada sobre a dimensão econômica da crise. 

Mas, sinceramente, vejo alguns indicadores muito ruins.

Se alguém estiver lendo este post, mande sua opinião para mim. Eu tenho muito interesse sobre  o assunto. 

Mas voltando a Kanitz. Ele também disse o que pensa sobre Roubini, numa postagem quem pode ser lida aqui 
Como se vê o contraponto é fundamental. Deu um nó na sua cabeça? 
Pois é, a maioria de nós também está confusa.
Ainda não consegui descobrir se a luz que aparece lá na frente é o fim do túnel ou o trem chegando.

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