Se o inferno astral existe para as empresas, a Vale acabou de entrar no seu.
O tombo no preço internacional do níquel levou a mineradora a manter a produção parada e a cortar salários nos seus projetos.
O que inclui a operação Canadense da Vale, onde as relações entre capital e trabalho são diferentes daqui. A retração da Vale teve uma resposta e os trabalhadores da Inco Canadá ameaçam entrar em greve. Que eu saiba, será a primeira vez que a mineradora enfrentará uma situação dessa tipo.
No lado do minério de ferro, a situação também não é boa. Apesar dos executivos da empresa minimizarem o fato, a companhia não negocia mais contratos anuais de minério de ferro com a China, pelo menos por enquanto.
Uma situação bastante diferente de há dois anos, quando a Vale, inclusive, determinava o preço do minério de ferro no mercado internacional e elevou astronomicamente o preço da commoditty, irritando profundamente os chineses
Hoje a Vale já não está mais com essa bola toda.
"A Vale pode facilmente sobreviver com vendas no mercado spot". A afirmação é de Jose Carlos Martins, diretor da divisão de minerais férreos. É verdade. Perto de metade do minério que a companhia negocia hoje já está no mercado spot.
Mas para além do fator piscológico de não mais dominar o mercado, a Vale também precisa se virar com os preços mais baixos do mercado spot, que é o mercado de curto prazo onde demanda e oferta determinam o valor do minério.
Ou seja, a geração de caixa da Vale deve registrar em 2009 valores "bem menores" do que nos últimos anos
E é aí que entra o "xis" da questão. A mineradora já anunciou um corte de 36% nos investimentos previstos para 2009. Um corte que vai nos atingir com toda certeza.
Projetos como os de ampliação da ferrovia Carajás e Serra Leste devem desacelerar. E quanto à extração de níquel da Onça Puma em Ourilândia do Norte, essa vai ficar para mais tarde com certeza.
Já até se comenta no setor mineral que é apenas uma questão de tempo o anúncio de que a Vale vai deixar para depois os investimentos na implantação da primeira siderúrgica paraense - um projeto que é a menina dos olhos do governo Ana Júlia na área de verticalização mineral.
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