Thursday, May 28, 2009

O que há por trás do câmbio III

Então, por que os titãs duelam? Ao afirmar que o dólar não é uma prioridade, minimizar os efeitos da depreciação da moeda norte-americana e afirmar que a política monetária brasileira está voltada para a manutenção das metas de inflação, Meirelles deixou claro que vai manter os juros altos no País.

“Dólar baixo estimula as importações e ajuda a controlar a inflação”, me disse um amigo economista hoje pela manhã. O dólar baixo também ajuda a melhorar as contas brasileiras.

Por outro lado, dólar baixo e juros altos acabam com a economia real do País e é com isso que Mantega está preocupado.

Abstraíndo a discussão de se estamos ou não em recessão, como decretou ontem o Comitê capitaneado por Afonso Celso Pastore, a verdade é que, no mínimo, o Brasil atravessa uma fase de profunda desaceleração da atividade econômica. A conclusão óbvia é que precisamos voltar a crescer para saírmos da crise.

E o dólar alto atrapalha ainda mais a vida dos exportadores e da indústria brasileira ligada direta ou indiretamente à exportação. Um setor já bastante atingido pela crise e para o qual o governo estuda socorrer com a riação de um  Eximbank - um banco voltado principamente para o financiamento e o seguro de crédito das operações de vendas externas.

Sobre os efeitos perniciosos dos juros altos para a economia real nem é preciso entrar muito no mérito porque essa já é uma questão consolidada.

Diante desse quadro refaço minhas previsões sobre a taxa de juros no País. A próxima reunião do Copom neste começo de junho promete mais um embate entre governo e Banco Central. E acho difícil reduzirmos os juros abaixo de 9% neste encontro. Pelo menos, Meirelles já deixou claro que vai lutar contra isso.

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