O secretário Maurílio Monteiro, de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia, reconhece que a crise mundial obrigou o governo a rever as metas de crescimento para a economia paraense. Ao assumir, em 2007, a governadora Ana Júlia encontrou um cenário nacional e mundial completamente diferente do atual. O Brasil atravessava o mais logo ciclo de expansão econômica da história do País. As taxas de desemprego estavam em queda, a Bolsa de Valores de São Paulo operava fácil acima de 60 mil pontos e a produção industrial acumulava recordes, só para citar alguns indicadores. Dentro deste contexto o governo acreditou que conseguiria fazer o Produto Interno Bruto – o PIB que é a soma de todas as riquezas geradas por uma determinada economia – paraense crescer 25% em quatro anos. E talvez tivesse conseguido, se o contexto não tivesse mudado completamente. De acordo com as projeções do secretário Maurílio Monteiro, o PIB paraense cresceu perto de 8% no ano passado e este ano deve crescer 3%. Se realmente o PIB do Pará conseguir atingir esse percentual em 2009 será um feito extraordinário, principalmente quando se leva em conta que, para o Brasil, a projeção é de que o PIB encolha, apesar de o governo federal ainda continuar apostando em um resultado positivo. Maurílio Monteiro diz que o Pará, pelo perfil de sua economia, vai conseguir se recuperar rapidamente da crise. Entre a razões para isso, Maurílio diz que as empresas paraenses – em sua maioria pequenas e médias – não operam em bolsa e que, por isso, não tiveram seu capital severamente atingido pelas oscilações do mercado financeiro como aconteceu em outros estados. O problema é, mais uma vez, o perfil eminentemente exportador das empresas paraenses. Agora, além dos mercados fechados, os exportadores se deparam com uma nova dificuldade. A desvalorização crescente do dólar. Nos dois últimos dias a cotação da moeda norte-americana vem flertando com a possibilidade de cair abaixo de dois reais, um valor que é considerado a “barreira psicológica” para os exportadores. A enxurrada de investimentos estrangeiros especulativos que atinge o Brasil e que está levando à queda do dólar não dá sinais, por enquanto, de que vá retroceder e o presidente do BancoCentral, Henrique Meirelles, também já afirmou que nesse momento a cotação do dólar não é a prioridade da política monetária. Ou seja, nossos exportadores vão ter que tentar sobreviver em um ambiente de dólar baixo e compradores retraídos. Uma combinação explosiva e que pode ter severos efeitos negativos sobre a nossa indústria.
Friday, May 29, 2009
Revendo metas
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Thursday, May 28, 2009
O que há por trás do câmbio
Pouca gente reparou, mas uma batalha importante está se travando dentro do governo com o cenário de súbita apreciação do real. A batalha coloca em lados opostos – novamente, diga-se de passagem – o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, e o ministro da Fazenda Guido Mantega. Antes de falar do duelos entre esses dois titãs, vamos analisar porque o dólar está tão desvalorizado. Primeiro é preciso entender que o valor das moedas obedece à lei da oferta e da demanda tal qual uma mercadoria qualquer. Então, se há pouco dinheiro em circulação, a tendência é de valorização desta moeda. No sentido inverso, a desvalorização acontece quando há uma quantidade muito grande de dinheiro circulando. E é isso que está acontecendo com o dólar nesse momento. OBrasil foi invadido por uma enxurrada de dólares. Hoje inclusive tem uma reportagem no jornal espanhol El País cujo título é “Brasil volta a ser o paraíso dos investimentos estrangeiros”. A entrada de dólares no mês de abril duplicou em relação ao mês anterior. Mas para onde está indo essa dinheirama toda? Infelizmente, não é para a economia real, na forma de novas indústrias ou obras de infra-estrutura. Os dólares que entram sem parar no Brasil estão indo, todos, para o mercado financeiro. Com uma Selic de 10,25%, que pode chegar a 9%, o País ainda mantém uma das taxas de juros mais altas do mundo e como diz o repórter do El País E e aí que está o grande problema."seguem sendo apetitosos para os investidores ".
Posted by Simone Romero at 8:01 AM 0 comments
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O que há por trás do câmbio II
Entramos novamente no jogo da apreciação cambial, como já aconteceu em 1999 e 2003. O mercado se expande até o ponto de exaustão, quando então se inverte e começa a fuga de capitais, desvalorizando o real e abrindo espaço para a crise. Aí o governo, para segurar esses capitais, aumenta os juros. Sobre isso aliás, o jornalista Luiz Nassif produziu um ótimo artigo em 2003 que reproduziu hoje no seu blog e pode ser acessado aqui. Excesso de capital especulativo e volátil é sempre um risco, como já ficou provado nas crises mundiais anteriores, além de atrapalhar o desenvolvimento da economia.
Posted by Simone Romero at 7:55 AM 0 comments
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O que há por trás do câmbio III
Então, por que os titãs duelam? Ao afirmar que o dólar não é uma prioridade, minimizar os efeitos da depreciação da moeda norte-americana e afirmar que a política monetária brasileira está voltada para a manutenção das metas de inflação, Meirelles deixou claro que vai manter os juros altos no País. “Dólar baixo estimula as importações e ajuda a controlar a inflação”, me disse um amigo economista hoje pela manhã. O dólar baixo também ajuda a melhorar as contas brasileiras. Por outro lado, dólar baixo e juros altos acabam com a economia real do País e é com isso que Mantega está preocupado. Abstraíndo a discussão de se estamos ou não em recessão, como decretou ontem o Comitê capitaneado por Afonso Celso Pastore, a verdade é que, no mínimo, o Brasil atravessa uma fase de profunda desaceleração da atividade econômica. A conclusão óbvia é que precisamos voltar a crescer para saírmos da crise. E o dólar alto atrapalha ainda mais a vida dos exportadores e da indústria brasileira ligada direta ou indiretamente à exportação. Um setor já bastante atingido pela crise e para o qual o governo estuda socorrer com a riação de um Eximbank - um banco voltado principamente para o financiamento e o seguro de crédito das operações de vendas externas. Sobre os efeitos perniciosos dos juros altos para a economia real nem é preciso entrar muito no mérito porque essa já é uma questão consolidada. Diante desse quadro refaço minhas previsões sobre a taxa de juros no País. A próxima reunião do Copom neste começo de junho promete mais um embate entre governo e Banco Central. E acho difícil reduzirmos os juros abaixo de 9% neste encontro. Pelo menos, Meirelles já deixou claro que vai lutar contra isso.
Posted by Simone Romero at 7:48 AM 0 comments
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Wednesday, May 27, 2009
Nada será como antes
A Associação Nacional de Bancos de Investimento (Anbid) realizou, esta semana, em São Paulo, o 5º Congresso de Fundos de Investimentos e o tema principal, claro, foi a crise. Mais uma vez a idéia geral caminhou para o consenso de que ninguém sabe como ou quanto exatamente sairemos do buraco, mas com certeza, sairemos bem diferentes de como éramos quando entramos. Entre os palestrantes do Congresso estava Ilan Goldfajn, do Itaú Unibanco. “Não voltaremos a ser como antes”, disse. Luiz Carlos Mendonça de Barros, da Quest Investimentos e ex-presidente do BNDES, foi mais longe. Ele prevê um novo equilíbrio da ordem econômica global na próxima década. É mais ou menos o que eu penso. Os anos 2000 representam uma época de transição para uma nova era histórica. Nos últimos anos, consolidamos a globalização, a convergência de mídias se estabeleceu e a internet explodiu. Da mesma forma, as relações de produção e de trabalho mudaram completamente. Faltava um marco econômico importante para consolidar a nova era. Agora, não falta mais. Para nós que vivemos o momento é difícil ter a real dimensão do que atravessamos. Penso que daqui a uns cem anos, se sobrevivermos às mudanças climáticas, os historiadores saberão identificar precisamente o evento que marcará a nova era histórica. Mas a verdade é que uma nova ordem na geopolítica mundial está se estabelecendo. Países emergentes como o Brasil e a Índia cimentam a sua importância na economia global. A China assume aos poucos o papel de grande potência, enquanto os Estados Unidos perdem importância. A velha Europa fica cada vez mais para trás. Se formos inteligentes, esse é momento exato para o Brasil migrar finalmente da condição de país em desenvolvimento para a de nação desenolvida. As oportunidades estão postas.
Posted by Simone Romero at 6:55 AM 0 comments
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Nada será como antes II
"O mundo terá uma mudança estrutural. A crise deixará cicatrizes profundas". A afirmação é de Mendonça de Barros mo Congresso da Anbid. Ao mesmo tempo, Goldfajn reconhece: "Pela primeira vez começa-se a duvidar do indicador fiscal dos EUA". Durante o Congresso ficou claro que, mesmo com um cenário de recuperação do mercado de capitais a partir de 2009, os ativos e as receitas do setor não retornarão aos níveis de 2007.
Para Goldfajn, a grande questão que vai determinar o prognóstico da economia é até que ponto a perda de riqueza no mundo vai representar perda de capital, de produtividade das nações.
Do ponto de vista dos investimentos, já há um consenso. A era dos grandes ganhos acabou, pelo menos pelos próximos anos.
Talvez esse patamar retorne apenas entre 2012 e 2013. Em 2008, os fundos de investimento em todo o mundo sofreram perdas sem precedentes, de US$ 9 trilhões em ativos e de US$ 47 bilhões em receitas.
Posted by Simone Romero at 6:52 AM 0 comments
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Inferno dos poderosos
Se o inferno astral existe para as empresas, a Vale acabou de entrar no seu. Projetos como os de ampliação da ferrovia Carajás e Serra Leste devem desacelerar. E quanto à extração de níquel da Onça Puma em Ourilândia do Norte, essa vai ficar para mais tarde com certeza. Já até se comenta no setor mineral que é apenas uma questão de tempo o anúncio de que a Vale vai deixar para depois os investimentos na implantação da primeira siderúrgica paraense - um projeto que é a menina dos olhos do governo Ana Júlia na área de verticalização mineral.
E é aí que entra o "xis" da questão. A mineradora já anunciou um corte de 36% nos investimentos previstos para 2009. Um corte que vai nos atingir com toda certeza.
Posted by Simone Romero at 5:02 AM 0 comments
Saturday, May 16, 2009
Paraenses vivem no apagão
Não é apenas no quesito tributos que o Grupo Rede, sócio controlador das Centrais Elétricas do Pará (Celpa), vem causando prejuízos aos paraenses. A qualidade do fornecimento, atestada pelos indicadores da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), é uma das piores - senão a pior - do País. Os números são assustadores. Enquanto o Brasil registrou, em 2007, uma média aual de 11 interrupções de fornecimento com um total de 16 horas sem energia elétrica para cada conjunto de consumidores, no Pará ocorreram 45,66 interrupções que deixaram os parenses por 56,92 horas no escuro. A média local é elevadíssima, mesmo quando comparada ao desempenho de outras distribuidoras controladas pelo grupo Rede. As Centrais Elétricas do Mato Grosso (Cemat), por exemplo, registraram, também em 2007, 24,80 interrupções em média para cada conjunto de consumidores, com corte no fornecimento de energia por 27,54 horas. A situação se agrava quando a comparação é feita com estados com PIB semelhante ao do Pará, mas não atendidos por concessionárias do Grupo Rede. Éo caso do Ceará, onde a Coelce registrou, em 2007, um desempenho médio de 7,87 interrupções com 9,40 horas sem atendimento. Os relatórios da Aneel apontam, ainda, para um outro fato importante: Enquanto o Brasil, a Coelce e a própria Cemat vêm apresentando, desde 2001, uma melhoria na qualidade dos serviços oferecidos, com redução dos indicadores de descontinuidade, no Pará a tendência é inversa. Em 2001, a média anual de horas sem fornecimento de energia para os conjuntos de consumidores paraenses era 29,46. No mesmo ano a quantidade média de interrupções atingiu 31,72. Em 2008, o cenário local se mostrava ainda pior. Apenas no primeiro trimestre, o intervalo de tempo sem fornecimento de energia somava 56,45 horas – um número praticamente igual ao registrado em todo o ano anterior. Em relação às interrupções, entre janeiro e março de 2008, a média já acumulava 37,96 registros, com tendência a superar o resultado verificado no ano de 2007. A esses indicadores soma-se um outro que comprova, sem nenhuma dúvida, que o estado possui um dos piores atendimentos em energia elétrica, a despeito de abrigarmos Tucuruí, a maior hidrelétrica 100%brasileira: dos 188 conjuntos de consumidores existentes no Pará em 2007, 169 apresentavam padrões violados de voltagem, o que corresponde a 89,89% do total.
Posted by Simone Romero at 8:17 AM 0 comments
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A história do Grupo Rede no Pará
A concessão dos serviços de distribuição e comercialização de energia elétrica no Pará para o Grupo Rede está prevista no contrato ANEEL/CELPA número 182/1998 e tem duração estabelecida em 30 anos, prorrogáveis por igual período, a contar de sua celebração, ocorrida em julho de 1998. A Celpa foi incluída no programa de privatização de Fernando Henrique Cardoso. O leilão ocorreu em um momento particularmente difícil do cenário internacional, quando o fluxo de capitais para os países em desenvolvimento estava sob forte restrição. O mundo ainda se recuperava da crise dos “Tigres Asiáticos”, ocorrida em 1997. Antes de conseguir efetivar a venda, o Estado amargou algumas tentativas mal sucedidas de leilão, frustradas pela ausência de interessados na compra. Para concretrizar a privatização, foi necessário se lançar mão do artifício de separar as ações pertencentes ao Governo do Estado daquelas sob controle da Eletronorte. Dessa forma, foi leiloado apenas o grupo de ações do governo estadual - sócio majoritário da companhia – o que permitiu que se baixasse o preço de venda. Assim, a Celpa foi leiloada pelo preço mínimo para o único participante, o Grupo Rede de Energia S/A. A Eletronorte ainda mantém uma participação minoritária dentro da Celpa e, nos últimos meses, vêm surgindo boatos de que virá a comprar a parte hoje em poder do Grupo Rede, reestatizando a empresa, a exemplo do que já fez recentemente em outros estados, como o Amapá. A julgar pelas características com que essas reestatizações vêm sendo encaminhadas, se a Eletronorte obtiver o controle total da Celpa, o Grupo Rede promovavelmente acabaria premiado, recebendo uma compensação monetária por ter sucateado completamente a rede de fornecimento e distribuição de energia elétrica do Pará e se livrando de uma série de passivos acumulados, empurrando-os para o bolso do contribuinte.
Posted by Simone Romero at 8:11 AM 0 comments
Labels: setor elétrico
A escalada do Grupo Rede no Brasil
Até 1997 a Rede Energia S/A era um grupo composto por cinco pequenas empresas distribuidoras de energia elétrica, detentoras principalmente de concessões em municípios do interior dos estados de São Paulo e Paraná. A maior empresa sob seu controle eram as Centrais Elétricas doTocantins (Celtins),com um total deconsumidores correspondente a 66% do abrangido pela Celpa. Em novembro de 1997, o Grupo iniciou um processo de expansão, adquirindo as Centrais Elétricas do Mato Grosso (Cemat) e, em julho de 1998, comprando a Celpa. Nos dois leilões a empresa não teve concorrência. Naquele momento, o Grupo Rede, de uma tacada, aumentou em 3,5 vezes o seu mercado. Em 2008, a Empresa Distribuidora do Estado do Mato Grosso doSul (Enersul) passou também a ser controlada pela Rede Energia S/A, em uma operação na qual o Grupo Rede trocou sua participação na Usina Hidrelétrica de Lajeado (Luís Eduardo Magalhães) por 100% das ações da Enersul, até então controlada pela Energias do Brasil, uma empresa do grupo Português EDP. No momento da privatização da Celpa, o governo entregou ao Grupo Rede um mercado composto por cerca de 830 mil consumidores, o que correspondia a um índice de atendimento de 60% do Estado. Hoje, o mesmo mercado é composto por 1,6 milhão de consumidores, dos quais, aproximadamente 1,340 milhão são consumidores residenciais – um índice de atendimento de 85%. Desde a privatização, o mercado de energia - medido em megawatt/hora - do Pará apresentou um crescimento médio anual superior a 7%.
Posted by Simone Romero at 8:06 AM 0 comments
Labels: setor elétrico
Investimentos do Grupo Rede são mínimos
Ao analisar o perfil deste crescimento, observa-se que o avanço deu-se muito menos pelos investimentos feitos pelo Grupo Rede para a expansão do atendimento e muito mais graças aos programas federais de universalização do acesso à anergia elétrica e aos recursos do programa de investimentos em obras de interesse social do governo do Estado (PIS). Em 2001, a rede rural de energia elétrica possuía 16.433 transformadores instalados, número que no ano passado chegou a 65.095. Enquanto isso, na rede urbana, o número de transformadores passou de 12.001 para 16.536 no mesmo intervalo de tempo. A forte evolução na quantidade de transformadores ligados na rede de distribuição rural e a relativa estabilidade registrada pela rede urbana comprovam que os investimentos no sistema elétrico paraense têm se resumido, basicamente, aos realizados pelo governo federal, com o Programa Luz Para Todos, e pelo governo estadual, com o Programa de Investimento em Obras Sociais. De fato, os números apontam para uma quase ausência de investimentos próprios realizados pelo Grupo Rede ao longo dos últimos oito anos.
Posted by Simone Romero at 8:01 AM 0 comments
Labels: setor elétrico
Multas já ultrapassam R$ 37milhões
A falta de respeito do Grupo Rede com os consumidores paraenses não tem passado de todo batida pelo governo do Estado.
A agência Estadual de Regulação do setor, a Arcon – responsável, entre outras coisas, pela fiscalização da qualidade do fornecimento – já emitiu vários autos de infração contra a empresa.
Só até março do ano passado, o volume de multas emitidas pela Arcon atingiu a casa de R$ 37,7milhões.
Deste total, R$ 7.605 milhões foram confirmados nas instâncias recursais administrativas e somente 0,60% - ou R$ 219 mil - foram pagos em dinheiro. Cerca de 11 % - ou R$ 4 milhões - foram pagos por meio de Termos de Ajuste de Conduta (TAC).
Nesse valor não está incluída a penalidade sobre as violações de qualidade do fornecimento do ano de 2007. Essas penalidades levaram o Grupo Rede a ser multado em exatos R$ 13.689.737,44, isso porque o teto da multa está condicionado à receita da concessionária de energia. No caso, o valor representa 1% do faturamento da Celpa em 2007.
A péssima qualidade do serviços prestado pelo Grupo Rede interfere diretamente na atratividade de investimentos para o Pará. Preocupado com isso, o governo do Estado encaminhou em janeiro deste ano uma denúncia à Aneel.
Na denúncia, o governo pede que a Aneel atue de forma a garantir a melhoria dos padrões de qualidade no Estado do Pará e que também avalie a possibilidade de celebração de um Termo de Ajuste de Conduta com a concessionária, compromotendo-a a inverter a tendência negativa dos padrões de qualidade.
A denúncia foi assinada pelo secretário de Desenvolvimento Econômico, Ciência e Tecnologia , Maurílio Monteiro e, aparentemente, ainda não teve nenhum resultado prático.
Posted by Simone Romero at 7:54 AM 0 comments
Labels: setor elétrico
Friday, May 15, 2009
Ao mestre, com carinho
Venho ficando cada vez mais chocada com o crescimento da falta de civilidade do ser humano. Respeito, educação, elegância são artigos cada vez mais raros no cotidiano. Isso é uma coisa que me aborrece e sobre a qual sempre lancei olhares ácidos.
Posted by Simone Romero at 12:11 PM 1 comments
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Thursday, May 14, 2009
Meias verdades formam uma mentira inteira
O governo continua divulgado meias verdades ao falar sobre as mudanças na caderneta. A primeira delas é não mensurar de forma correta o verdadeiro efeito da alteração na regra. Ontem o presidente Lula reforçou que 99% dos poupadores ficarão como estão. É verdade, mas é uma meia verdade. As contas com valor acima de R$ 50 mil são apenas 1% do total, mas respondem por 40,8% do saldo aplicado nas cadernetas. São R$ 110,5 bilhões, num universo de R$ 270,7 bilhões, diz o texto de reportagem de Lu Aiko Otta para a edição de ontem do Estado de São Paulo. Aliás, uma matéria muito boa e esclarecedora. Ainda ontem, o presidente voltou a dizer que a poupança é para pequenos poupadores e que investimentos maiores devem ser feitos no setor produtivo, como na compra de imóveis, segundo o G1. "Não podemos permitir que a poupança vire fundo de investimento. (...) A poupança tem o endereço certo que é financiar saneamento e habitação popular nesse país.", disse o presidente. Vamos abstrair a bobagem sobre a sugestão de investimento dada por Lula e focar no principal. Se os “grandes investidores” hoje resolvessem todos seguir o conselho do presidente, a caderneta perderia, de cara, R$ 110 bilhões, “para financiar saneamento e habitação popular nesse país”.
Posted by Simone Romero at 11:21 PM 0 comments
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Meias verdades formam uma mentira inteira II
Outra meia verdade, difundida pelo governo é a de classificar todo mundo que têm saldo superior a R$ 50 mil como um grande investidor interessado em grandes lucros. Boa parte desse pessoal é um investidor conservador da classe média que levou muitos anos para acumular o dinheiro. Ou então gente que, por exemplo, ao vender um imóvel para comprar outro, guardou o dinheiro na poupança até realizar novo negócio, como destaca Lu Aiko Otta na sua reportagem. De uma certa forma - e apenas sob o ponto de vista do discurso, entenda-se bem – a maneira como o governo está tratando esses poupadores é semelhante à da época do confisco de Collor. Se eu ainda me lembro bem, a equipe do Collor disse que quem tinha mais de 50mil cruzados – ainda estou para entender esse número cabalístico: 50 mil – fazia parte da elite brasileira. Acho até que me lembro de ter visto um fusquinha circulando pelas ruas de Belém com um adesivo “Eu era ellite e não sabia”. Como se sabe, o confisco atingiu diretamente a classe média. E agora não será diferente, lógico que sem o confisco, o que é, realmente, um enorme alívio. O que a oposição promete fazer no Congresso, por seu lado, é absolutamente irracional. É puro aproveitamento político da situação e não contribui em nada para o avanço do País. O mecanismo de remuneração da poupança precisa mudar. Não da maneira como o governo propôs agora, mas de uma forma ainda mais radical.
Posted by Simone Romero at 11:14 PM 2 comments
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Meias verdades formam uma mentira inteira III
Mais uma vez afirmo: Faltou coragem para fazer a mudança realmente necessária. Otta explica isso muito bem neste trecho de sua reportagem. Poderia ser simples, mas ficou complicado. Colocado diante do desafio de mudar o rendimento da caderneta de poupança para adaptá-la a um quadro de juros baixos, o governo preferiu tratar o problema pelas bordas e empurrar com a barriga a solução definitiva. Essa proposta, porém, foi descartada porque não diferenciava grandes poupadores de pequenos.
Com isso, não atacou as regras de remuneração das cadernetas e o assunto terá de voltar ao debate em algum momento no futuro. Em vez disso, impôs uma regra de tributação para os saldos mais elevados.
A Taxa Referencial (TR), responsável por parte do rendimento da poupança, não será alterada agora, conforme anunciaram ontem o ministro da Fazenda, Guido Mantega, e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles.
Em outras ocasiões em que o rendimento da poupança ameaçou ultrapassar o dos fundos de investimento e virou um empecilho para a queda dos juros, como agora, reduzir a TR foi a solução mais prática. Desta vez, essa solução foi estudada, mas acabou descartada.
Outra forma simples de diminuir o rendimento da caderneta de poupança seria mexer na regra pela qual ela rende no mínimo 6% ao ano (ou 0,5% ao mês).
Técnicos do Ministério da Fazenda e do Banco Central haviam até chegado a um consenso sobre a melhor solução: em vez de uma taxa fixa, a caderneta de poupança passaria a render uma parcela da Selic. Seria algo em torno de 65%.
Ou seja, ela não servia para o discurso político que se pretendia fazer.
Posted by Simone Romero at 11:11 PM 0 comments
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Dois pesos
Ontem finalmente o governo federal anunciou medidas destinadas a minimizar os efeitos das enchentes no Norte e Nordeste. Os desabrigados vão poder sacar o FGTS e está sendo criada uma linha de crédito para atender empresas em regiões atingidas por secas e enchentes.
Posted by Simone Romero at 8:50 PM 0 comments
Sem Norte
As enchentes nas regiões Norte e Nordeste dão um bom caldo para reflexão sobre o que nós aqui de cima representamos dentro do "pacto federativo".
Posted by Simone Romero at 8:55 AM 3 comments
Mexendo a poupança
O governo não só não resolveu o problema do rendimento da caderneta de poupança -empurrando com a barriga o caso mais lá para a frente - como também não explicou para a população quais os reais motivos que se escondem por trás da mudança e quais serão os próximos passos.
Posted by Simone Romero at 7:27 AM 0 comments
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Robin Hood às avessas
Depois de pensar e pensar, o governo federal finalmente bateu o martelo em relação às mudanças na caderneta de poupança. E, para evitar desgastes políticos maiores - apesar de a oposição já ter se manifestado dizendo que vai barrar a proposta no Congresso - acabou tomando apenas medidas paliativas.
Posted by Simone Romero at 5:45 AM 0 comments
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Friday, May 01, 2009
Com que letra se escreve crise?
Roubini, o mago da crise, estabeleceu um debate alfabético - digamos assim - sobre qual o formato da atual crise econômica.
"Eu não acredito que acabaremos próximos a uma depressão", afirmou.
Segundo declarou ao jornal, Roubini já afastou o temor de que a economia tivesse um desempenho em forma de L, beirando uma depressão, com uma forte queda da atividade, seguida de um período de recessão.
Agora, disse, após os esforços do governo norte-americano, o cenário mais provável é de uma performance em forma de U.
De tudo isso, fica uma lição: A verdade, dialeticamente, sempre está no meio do caminho entre um Roubini e um Kanitz. E, no mundo real, não existem santos guerreiros e nem dragões da maldade. Há um pouco de verdade em cada afirmação. Inclusive nesta.
Posted by Simone Romero at 9:45 AM 0 comments
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O santo guerreiro e o dragão da maldade
Bom, de santo mesmo, o Stephen Kanitz, não tem nada. Aliás, o simples fato de ele ser articulista da Veja (aquela revista que anda plagiando o Wall Street Journal) já conta - na minha opinião, é claro! - pontos negativos no currículo.
Também foi um dos poucos que apostou no sucesso do Real. Kanitz disse, entre outras coisas, que a inflação seria erradicada do país e que o consumo popular ganharia expressão na economia brasileira.
Pois bem, o início da crise econômica levou Kanitz a colocar no ar o seu blog. Para, segundo ele, servir de contraponto à essa onda alarmista que se instalou no Brasil. O "Brasil que dá certo" pode ser acessado aqui.
Posted by Simone Romero at 8:29 AM 0 comments
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O Admirável Roubini
Até antes do início da crise imobiliária norte-americana - que serviu de estopim para todo esse caos que se instalou na economia mundial - a credibilidade do economista Nouriel Roubini poderia ser comparada à de um desses líderes de seitas que vivem anunciado o fim do mundo para a semana que vem.
Já ocupou vários cargos na Secretaria do Tesouro dos EUA e foi economista-sênior do Conselho de Assessores Econômicos do governo americano no segundo mandato de Bill Clinton (1998-1999).
Posted by Simone Romero at 5:10 AM 0 comments
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